A Seleção das Olimpíadas — futebol masculino
Os jogos olímpicos chegaram ao fim para o futebol masculino e o Brasil conquistou a medalha de ouro, deixando os espanhóis com a prata e o México com o bronze. Também ale lembrar que um dos times que melhor jogou futebol na competição foi o Japão.
Decidi montar uma seleção dos 11 melhores jogadores por posição, que contou com jogadores dos quatro times olímpicos citados, com predominância da seleção brasileira.
Goleiro: Kosei Tani (Japão)
Tani, aos 20 anos, é o mais promissor goleiro japonês, cotado para substituir Kawashima na seleção principal. Ele pertence ao Gamba Osaka e joga na J League emprestado ao Shonan Bellmare. Apesar de não ser o goleiro que mais fez defesas na competição, ele passou por três jogos sem levar gols, foi protagonista na vitória por pênaltis contra a Nova Zelândia, tendo sido importante já durante o jogo. Contra a Espanha, na semifinal, não mereceu o gol tomado, pois fez uma partida perfeita.
Lateral Direito: Dani Alves (Brasil)
Camisa 10 do São Paulo jogou mais uma vez de lateral direito e voltou a conquistar mais um título, mantendo sua marca de jogador mais campeão do futebol mundial. Apesar da idade, o veterano do Brasil foi o jogador com mais desarmes nas olimpíadas, além de ter uma excelente média de interceptações e passes que resultaram em lances importantes no ataque. Ainda que não tenha passado tanta segurança, ele cresceu durante a competição.
Zagueiro: Nino (Brasil)
Apesar de não ter os melhores números da posição, o jogo não pode ser só analisado dessa maneira. Não é exagero dizer que Nino, do Fluminense, foi o melhor zagueiro dos jogos olímpicos. A leitura de jogo, interceptação e segurança na bola aérea frontal, além da excelente ocupação de espaços na defesa estão por trás de um zagueiro frio, que não se destaca muito durante o jogo e é pouco falado, mas jogou muita bola.
Zagueiro: Maya Yoshida (Japão)
Quando os zagueiros da Espanha e Diego Carlos não fizeram uma competição tão boa quanto esperada, o experiente zagueiro da Sampdoria comandou a segura e organizada defesa japonesa. Contra a Espanha, foi o melhor em campo, tendo evitado três gols espanhóis no mínimo. Foi importante em disputa de pênaltis, foi excelente na saída de jogo e a noção de posicionamento deu liberdade para os volantes Endo e Tanaka pressionarem o time adversário mais em cima.
Lateral esquerdo: Guilherme Arana (Brasil)
O torcedor nem sentiu falta de Caio Henrique, os jogos olímpicos do lateral do Atlético-MG foram incríveis. A capacidade de ser eficiente defensivamente e percorrer todo o campo para dar opção fazendo amplitude na esquerda quase como um ponta, fizeram Arana ser o melhor jogador do Brasil na final. Ainda deu uma assistência durante a competição, com certeza sai muito valorizado e pedindo passagem para ganhar chance na seleção principal.
Volante: Bruno Guimarães (Brasil)
Um dos melhores jogadores da competição, Bruno Guimarães foi o jogador do Brasil que mais criou chances de gol, que mais deu assistências (2) e mais trocou passes. Defensivamente, o volante do Lyon teve uma boa média, mas com certeza o que mais o destacou foi o domínio do meio campo em todas as partidas que jogou. Com certeza mostrou, como há dois anos já vinha fazendo, que tem bola pra seleção principal.
Meia: Sebastián Córdova (México)
Uma das grandes surpresas, junto ao goleiro do Japão, o camisa 10 do América do México foi o líder em assistências na competição (3), vice-artilheiro (4 gols) e o jogador que mais criou chances claras de gol. O passe apurado de Córdova foi importantíssimo para uma seleção mexicana ofensiva, aguda e envolvente. Aos 24 anos, mostrou que tem futebol para além do futebol mexicano, não me surpreenderia vê-lo na La Liga em breve.
Meia direita: Takefusa Kubo (Japão)
O meia/atacante do Real Madrid tinha as olimpíadas um espaço para mostrar para o seu clube que merece uma chance no seu time. E fez por merecer, foi o melhor jogador do Japão e um dos melhores das olimpíadas. Kubo flutuava por todas as posições, encontrava espaços, usava muito bem o drible e foi o segundo maior finalizador dos jogos (20), com três gols marcados. Soube chamar a responsabilidade, foi bem até na defesa e merecia uma medalha.
Meia esquerda: Alexis Vega (México)
Alexis foi um dos melhores jogadores da primeira fase da competição, mas caiu um pouco de produção na etapa final. Fez três gols e deu duas assistências, tendo ainda sido o jogador com mais dribles bem sucedidos (14) no futebol masculino dos jogos olímpicos. Hoje com 23 anos, o meia/ponta do Chivas Guadalajara mostrou potencial e foi importantíssimo para o bronze olímpico do México.
Atacante: Mikel Oyarzabal (Espanha)
Começou as olimpíadas muito apagado, assim como muitos dos jogadores da Espanha. Ainda assim, cresceu com a competição e parece ter se encontrado como atacante mais centralizado. O jogador do Real Sociedad foi um dos jogadores que mais finalizou durante as Olimpíadas, marcou três gols e deu duas assistências. Aos 24, ainda não é um dos grandes nomes da posição, mas mostrou que pode dar bons frutos pra seleção espanhola.
Atacante: Richarlison (Brasil)
Craque da competição, ele pediu a 10, fez esforço político no Everton, seu clube, para poder ser liberado para as Olimpíadas e correspondeu muito bem. Apesar de não ter ido bem na final, Richarlison foi o jogador que mais finalizou (21) nos jogos, artilheiro da competição com 5 gols, tendo três sido marcados na Alemanha e deu uma assistência para o gol da vitória contra o Egito. Foi o atleta que mais sofreu faltas e mais causou perigo aos goleiros adversários. Com mais liberdade, conseguiu ir bem até quando foi mal utilizado pelo treinador.
É sempre difícil escolher os 11 melhores, então ainda vale fazer algumas menções honrosas por posição, para não dizer que “fulano joga basquete?”.
Goleiros: Guillermo Ochoa (México), Santos (Brasil) e Mohamed El-Shenawy (Egito).
Laterais: Hiroki Sakai (Japão) e Young-woo Seol (Coréia do Sul).
Zagueiros: Pau Torres (Espanha), Winston Reid (Nova Zelândia), Ko Itakura (Japão) e Ahmed Hegazy (Egito).
Volantes: Douglas Luiz (Brasil), Ao Tanaka (Japão), Luís Romo (México) e Zubimendi (Espanha).
Meias: Ritsu Doan (Japão), Dong-gyeng Lee (Coréia do Sul), e Carlos Soler (Espanha) e Uriel Antuna (México).
Atacantes: Matheus Cunha (Brasil), André-pierre Gignac (França), Henry Martin (México), Rafa Mir (Espanha) e Ui-Jo Hwang (Coréia do Sul).