Animes de Outono 2020 — Ikebukuro West Gate Park
Depois do sucesso com a série televisiva, a renomada novel IWGP, Ikebukuro West Gate Park, de Ira Ishida, finalmente terá uma versão em anime, que está sendo realizada pela Doga Kobo, licenciada pela Funimation.
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O estúdio Doga Kobo anunciou, há meses atrás, o primeiro trailer da sua nova adaptação para a temporada de outono: IWGP, baseada na série de novel original de Ira Ishida, que se popularizou no final dos anos 90 e até ganhou uma série televisiva em live-action.
A produção recebeu o investimento da Funimation, que tem a licença da obra em suas mãos e já anunciou, inclusive, o segundo trailer animado pela Doga Kobo e narrado por Kentarou Kumagai, interprete do protagonista Makoto.
Ikebukuro West Gate Park é um drama urbano, que envolve mistério, ação e o subgênero gangster, que se popularizou bastante no Japão dos anos 90 e perdurou em alta até cerca de 2010.
Antes de saber mais sobre a história e o cenário de IWGP, dá uma olhada no último trailer lançado:
A História.
IWGP se passa numa grande e movimentada cidade japonesa chamada Ikebukuro, onde o cenário pacífico, dentro da realidade, é marcante, apesar de ser bem desenvolvida.
Na saída Oeste dessa cidade, há uma gangue chamada “G-Boys”, que se impõe dentro daquela área e, por vezes, até sobre a polícia. Ela é liderada pelo elegante e respeitado Takashi, ou como seus companheiros o chamam, King.
Takashi é o melhor amigo do protagonista da história, Makoto, e já o convidou várias vezes para entrar para a sua gangue. No entanto, o jovem Makoto, de 21 anos, prefere ser o vendedor de frutas do comércio do seu pai, ainda que ele sempre acabe se envolvendo com seus amigos, limpando a bagunça deles, e com outras pessoas, resolvendo problemas.
Respeitado por crianças, velhos, pelos G-boys e até pela polícia, Makoto, pelo seu espírito altruísta, resolveu um certo caso na cidade e acabou ficando conhecido por muitos da região como o “solucionador de casos de Ikebukuro”.
Apesar de guiar o seu próprio destino, ele se vê a frente de Takashi novamente, após a morte de sua namorada e o crescimento de uma gangue do leste de Ikebukuro, liderada por Kyowichi, um excêntrico dançarino, que começa a provocar uma gangue territorial.
Em algumas adaptações e na própria novel, há “pitadas” de comédia, mas o foco provavelmente estará nos dramas internos das facções e nos problemas individuais de cada personagem. Isso caso a Funimation queira obter o mesmo sucesso que a adaptação para série de televisão conseguiu.
A Produção.
Numa temporada em que a funimation vem com força, distribuindo vários títulos, IWGP é “só mais um”, no meio de uma multidão de lançamentos. Por quê? Está tendo sua animação produzida pela Dogo Koba, conhecida por sempre trabalhar em dois animes por temporada, um com maior e outro com menor investimento.
E qual o problema com esse estúdio? O grande foco das suas produções sempre está em comédia, slice of life, colegial, romance e ecchi, ou seja, gêneros que compadecem um tipo específico de público, enquanto eu imagino IWGP com uma pegada bem diferente.
Ainda que hajam obras animadas pela Doga Kobo que não entram nesse bolo, elas não tiveram muito reconhecimento, só Plastic Memories. Além desse, os animes mais bem avaliados pelo público japonês, do estúdio, são: Yuru Yuri, New Game! e Gekkan Shoujo Nozaki-kun.
No entanto, de 2015 pra cá, eles tentaram crescer, mas se mantiveram nivelados, sem produzir algo que realmente bombasse, muito em detrimento da competitividade dos produtos das últimas temporadas.
Plastic Memories ainda serviria como um norte. É uma obra original de 2015 da Doga que foi muito bem avaliada, até no My Anime List, mas não podemos analisar só pelo estúdio. É preciso observar a staff e onde eles trabalharam.
O diretor, Tomoaki Koshida, ainda dá os primeiros passos no cargo. Trabalhou anos como storyboarder e dirigiu episódios específicos de algumas obras, a de mais renome sendo Vinland Saga. Sua única direção-chave foi na sequência de Hanamaru, da própria Doga Kobo, que lhe dá uma segunda chance após um trabalho mediano em 2018.
Numa pincelada geral sobre a parte visual do staff: boa parte dos nomes contratados são de profissionais sem muita bagagem, mas Norifumi Nakamura, o diretor de arte, tem uma sequência interessante na indústria, principalmente com background — algo que é muito importante num drama urbano.
Ainda assim, normalmente, os trabalhos de Norifumi acompanham o investimento, e, pelo que eu vi nos dois trailers, vários pontos da animação parecem bem estáticos, como a técnica animes da geração de 2008–2012. Isso me remete a baixo investimento, apesar do design da ambientação estar legalzinho.
Considerações Finais.
Como eu já disse antes, IWGP é baseado numa série de novel. O autor trabalhou também em duas adaptações para mangá. Uma outra publicadora, com outro autor e outro ilustrador, adaptaram para mangá, também, mas sem o mesmo sucesso. Na televisão, Ikebukuro teve tanto um filme, em 2003, quanto uma série, em 2000.
Isso me faz parecer que o anime é muito mais uma “aposta de risco baixo”, até por não ser o estilo do estúdio e dos diretores. O grande gancho de audiência pode vir de um resgate do público que consumiu a série, os fãs da novel ou os leitores dos mangás que nunca tiveram a chance de ver uma adaptação em anime.
Creio que não há muito o que se esperar, mas a expectativa se apoia só dentro da história original, que realmente é boa e empolgante, pois a inexperiência da staff pode fazer a animação não ser tão boa.
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