Yes, my lady
Solícito, entregue de alma, de corpo e de mente. Te olhava como se não houvesse universo que não fosse o adorno do teu semblante.
Até dizia Johnny Hooker: “deve haver um outro mundo por de trás de cada amante”, mas eu não enxerguei isso tão cedo… e nem conhecia o verso.
Teu jeito parecia ser único. Realmente era. Provocante, atenciosa e absolutamente problemática, acima de tudo, ainda que não fosse visível a olho nu.
Não a olho, mas a corpo nu, sim. Era expressivo, visível e preocupante, mas foi especial para quem nunca havia alcançado a sensação de orgulho do tento.
A migalha entregue em forma de suor e boca não pagava o estipêndio do fardo. Fardo de sentir nas costas todo o peso da insuficiência diagnosticada pelas tuas indecifráveis mensagens de texto.
Ainda assim, eu acreditava, escrevia e reverberava o sentimento — que apanhava, se machucava até quebrar e se cicatrizava na tua lágrima.
Aos poucos, réquiens dos sonhos jamais cogitados se tornaram pesadelos acordados. Você tomou conta da felicidade, do ódio, da dor, da paixão, da tristeza e de tudo o que me engolia.
Não sei como eu me entregava tanto, como me jogava num buraco escuro e sem fundo, mas eu continuava. Eu era seu, servante.
Serviçal, abissal, comercial e dado, no escuro, no medo, na saúde e na doença.
Eu tentei demais e você sabe. Talvez não lembre, mas sabe. Freud explica.