Yes, my lady

Marcus Arboés
2 min readDec 6, 2019

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Solícito, entregue de alma, de corpo e de mente. Te olhava como se não houvesse universo que não fosse o adorno do teu semblante.

Até dizia Johnny Hooker: “deve haver um outro mundo por de trás de cada amante”, mas eu não enxerguei isso tão cedo… e nem conhecia o verso.

Teu jeito parecia ser único. Realmente era. Provocante, atenciosa e absolutamente problemática, acima de tudo, ainda que não fosse visível a olho nu.

Não a olho, mas a corpo nu, sim. Era expressivo, visível e preocupante, mas foi especial para quem nunca havia alcançado a sensação de orgulho do tento.

A migalha entregue em forma de suor e boca não pagava o estipêndio do fardo. Fardo de sentir nas costas todo o peso da insuficiência diagnosticada pelas tuas indecifráveis mensagens de texto.

Ainda assim, eu acreditava, escrevia e reverberava o sentimento — que apanhava, se machucava até quebrar e se cicatrizava na tua lágrima.

Aos poucos, réquiens dos sonhos jamais cogitados se tornaram pesadelos acordados. Você tomou conta da felicidade, do ódio, da dor, da paixão, da tristeza e de tudo o que me engolia.

Não sei como eu me entregava tanto, como me jogava num buraco escuro e sem fundo, mas eu continuava. Eu era seu, servante.

Serviçal, abissal, comercial e dado, no escuro, no medo, na saúde e na doença.

Eu tentei demais e você sabe. Talvez não lembre, mas sabe. Freud explica.

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Marcus Arboés
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Written by Marcus Arboés

Aqui é um pouco de mim, sem amarras. Falo do que me empolga.

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